Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado em um bairro modesto ao norte da cidade portuária de Ashdod, integrado a um complexo educacional. O edifício original, concebido pelo arquiteto Itzhak Perelshtein, funcionava como uma escola secundária. Nos últimos anos, apenas um terço dele continuou sendo utilizado para este fim. O resto foi abandonado. Intervir em um projeto já existente apresenta um grande dilema.
Ao nos abordarmos esta imponente estrutura brutalista dos anos 1960, nosso objetivo era criar uma nova camada histórica de maneira consciente. Nossa estratégia foi reutilizar o edifício original com responsabilidade, respeito e generosidade. O Centro Tecnológico é uma nova iniciativa do Ministério da Educação que visa revitalizar antigas escolas abandonadas por meio de um novo programa educacional. Este programa inclui laboratórios e oficinas que promovem a pesquisa em diversos campos, como biotecnologia, robótica e energia sustentável, além de salas de aula, escritórios e uma sala multiuso.
A disposição original era clássica: um pátio central coberto cercado por corredores e salas de aula voltadas para o exterior. Nos espaços voltados para a elevação sul (extremamente quente na maior parte do ano), propusemos mover o corredor para a fachada sul. Dessa forma, os laboratórios estariam voltados para o espaço central. O corredor não apenas protege do calor, mas também pode ser utilizado como um espaço intermediário para os alunos.
Os laboratórios e salas de voltados para o norte recebem uma luz suave e possuem grandes áreas envidraçadas. No centro do átrio, encontra-se a sala multiuso. Uma estrutura com revestimento vermelho da Danpal é concebida como uma representação simbólica da tecnologia. O concreto cinza, com sua estética imperfeita, contrasta com a estrutura vermelha, que é brilhante, refletiva e perfeitamente lisa. A estrutura, levemente inclinada, proporciona um toque sutil para quebrar a rigidez da estrutura. No interior, os corredores são revestidos de vidro perfilado.
Criamos uma varanda que também serve como espaço sombreado para definir uma área de acesso. A nova camada externa é composta por duas partes: a primeira é um revestimento de HPL com cores que variam do branco ao cinza, passando por tons de amarelo quente até o vermelho. A segunda é um brise soleil de concreto aparente estruturado em ritmos independentes. Essa camada externa possui profundidade e, quando atingida pelo sol, cria uma nova dimensão. Cada andar é caracterizado por uma cor específica: verde na entrada, violeta no primeiro andar e amarelo no segundo, com o corrimão nos guiando para as cores correspondentes.
Foram adicionadas duas novas funções ao edifício: a circulação vertical e os abrigos antiaéreos. A “torre” dos elevadores e dos abrigos, cujas empenas são predominantemente cegas, foi posicionada no lado norte do prédio, também conhecido como a parte traseira, enquanto as novas escadas de emergência foram instaladas na entrada principal. As árvores já existentes no local foram integradas ao projeto paisagístico, que inclui bancos sob a generosa sombra das árvores, pavimentação para conectar os espaços externos à varanda de entrada e uma cuidadosa seleção de vegetação nas áreas verdes sob as árvores.