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julho 27, 2024
Política

‘Já entraram no Congresso’, escreve Rosa Weber para Ibaneis durante ataques golpistas de 8 de janeiro

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, enviou mensagens em tom de preocupação para o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), durante as invasões do dia 8 de janeiro às sedes dos três Poderes, em Brasília.

Por volta das 15h30, Rosa Weber escreveu para Ibaneis: “Já entraram no Congresso!”. O governador afastado, então, informou que “todas as forças de segurança” estavam nas ruas.

Ibaneis também encaminhou para a ministra o contato telefônico do delegado Fernando de Souza Oliveira, que estava como chefiando a Secretaria de Segurança Pública do DF interinamente – já que o então titular da pasta, Anderson Torres, tinha viajado de férias para os Estados Unidos.

As declarações constam de mensagens extraídas pela PF do celular do governador afastado. O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou nesta quinta-feira (9) a devolução do aparelho. O pedido havia sido feito pelo delegado da PF Raphael Soares Astini.

Apesar de Ibaneis ter dito para a presidente do STF que “todas as forças de segurança” estavam nas ruas, relatos de policiais militares que trabalharam durante os ataques contrariam a afirmação.

Em depoimento à PF, o tenente Rafael Pereira Martins afirmou que o baixo efetivo da PM na Esplanada “ocasionou a dificuldade em conter os manifestantes”.

Martins foi detido pela PF na operação Lesa Pátria, que investiga os envolvidos nos atos golpistas.

Investigação
Ibaneis Rocha é investigado no inquérito do Ministério Público Federal (MPF) que apura a conduta de autoridades de Estado que se omitiram durante a invasão das sedes dos Poderes.

Ele foi afastado do cargo por 90 dias após decisão do STF. O chefe do Executivo nega a omissão.

“Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os três Poderes. Eu sempre me comportei de modo colaborar com as investigações e mantenho minha postura”, publicou Ibaneis nas redes sociais, no dia 20 de janeiro.

No mesmo dia, a casa e o escritório de advocacia do governador foram alvo de busca e apreensão, assim como o Palácio do Buriti, sede do governo em Brasília, e a residência do ex-secretário Fernando de Sousa Oliveira, também investigado pelo MPF.

À época, a defesa de Ibaneis afirmou que as buscas seriam “a prova definitiva da inocência” do governador afastado. Disse ainda que a decisão de busca é “inesperada”, e que Ibaneis sempre agiu de “maneira colaborativa” diante da investigação.

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